sexta-feira

Thays.


Hoje bebi e lembrei da desgraçada.Em cada gole que por minha boca passava, uma velha lembrança era desenterrada de minha memória. Coisa chata viu. Lembrar de quem se quer esquecer, se esquecer temporariamente do que é necessário lembrar. Tenho dúvidas se algo aqui ainda é dedicado a ti, minha infeliz e maldita paixão. Só sei que bebi, moderadamente, mas o bastante para lembrar de algo que julguei estar morto. O bastante para saber que ainda está vivo. Talvez calejado, machucado, no balão de oxigênio. Mas ainda existente essa merda de sentimento que insiste em tomar meu peito quando o assunto volta a ser você, sua malvada e maldita, incomparável a absoluta, Thays.

Egocentrismo.


Hoje estou gostando mais de mim.
Cansei de dar aquela atenção aos outros, que por muitas vezes faltava dar à mim mesmo. Os relacionamentos que tive me ensinaram a não ser tão egoísta, a doar o melhor de mim em prol de um bem maior para o casal. Acreditei no que vivenciava, formei uma opinião falsa, rodeado de meias verdades e de critérios mal conceituados fui além do que imaginava poder seguir. Talvez eu, Albano Luiz, subestime a felicidade. Depois de muito lutar contra princípios que a sociedade dita como concretos no padrão estabilizado, sigo idéias egocentristas. Vou amar-me, idealizar-me como ser único, como ser especial que não necessita de algo, mas que coleta o melhor dos outros para enfim, poder dividir com outra o melhor de mim.

Burrice.


Procuro uma definição pessoal para burrice e infelizmente encontrei quando citei seu nome.
Burrice foi acreditar que depois daquele beijo algo mágico poderia acontecer.
Burrice foi querer que fosse minha vida, quando na verdade mal sabes amar a si própria.
Burrice foi alegar que te amava em meio à muitos, desconhecendo o nada que havia entre nós.
Burrice foi abrir mão da felicidade com outras pessoas, por pensar que a mesma só residia em seus braços.
Burrice foi amar-te. Burrice foi jogar-me por inteiro em meio às metades, que mesmo juntas não formam nada inteiro. Burrice foi sofrer e continuar sofrendo por algo que mesmo longe ainda machuca, que é presente e pouco causador de alegria.

Reconstruir.


Acho que está na hora de começar a reconstruir. Hora de deixar aborrecimentos passados no devido lugar e ditar o ritmo de histórias pouco vivenciadas de algo extremamente novo. Quero muito olhar pra frente, mas a visão percorre a lateral. Percorre e alcança aquilo que os olhos tentam ignorar. Uma vez me disseram que para ser feliz é preciso ignorar muita coisa. Particularmente discordo, porque não é preciso ignorar e sim saber lidar com o que nos amedronta, para que futuramente, ao tentar seguir um caminho inverso os dos sonhos, a realidade pareça menos áspera do que realmente é.

Concluo.



E me basta uma viagem de ônibus pra voltar a ter aquela conversa comigo mesmo. Sentado, quase deitado praticamente, torcendo pra que algum estranho sente-se e conte-me sua história. Pode parecer estranho, mas quando fico sozinho em viagens de busão penso demais, concretizo muitas idéias e realizo pouco do que desejo. Vejo a paisagem distorcida e imagino coisas absurdas. Entre tal absurdo me vem à cabeça a idéia de isolar-me num canto, bem no meio do mato, sem acesso a população e apreciar o nada que por sinal é bem assustador. Basta-me olhar para o nada para dar valor ao tudo que tenho, basta buscar o tudo para agregar ao pensamento uma visão estranha do que imagino ser o nada. Concluo: - Não gosto de viajar !

Sabe quando tu sente que deixou de fazer falta ?



Sabe quando tu sente que deixou de fazer falta?
É bem assim que venho me sentido. Pessoas que são especiais pra mim tem me deixado de lado. Sei que as coisas mudam, que as pessoas amadurecem, só não entendo em qual parte do amadurecimento que o esquecimento torna-se presente. A lembrança das pessoas é curta, os apertos, a ajuda, manifestações de carinho, o sorriso, o abraço, o beijo, tudo perde o valor se tu deixa de impor sobre os mesmos. Deixei de impor-me sobre muita coisa, mas não creio que minha procura pelas pessoas seja em vão, uma vez que aqueles que não retornaram é porque deixaram de fazer falta.

Quem são as pessoas de verdade?


Quem são as pessoas de verdade?
Eu não sei responder esta pergunta. E olha que fiquei um bom tempo questionando-me sobre isso. As pessoas tem usado tantas máscaras diferentes que fica quase impossível saber se a verdadeira face é outro personagem. As tentativas, muitas vezes frustradas, de socialização em variedades de situações acaba por criar um monstro. Sim, um monstro. Cria o ser socialmente perfeito, que adequa-se à tudo, que vive algo fictício dentro de uma realidade cotidiana. Sei quem sou de verdade, sei que os personagens existem e com eles a interminável e tola mania de interpretação.

Destruição.



Pensei em falar sobre destruição.
Uma das definições de destruição, seria desestruturação total ou parcial de algo. Em partes isso está certo, porque se levarmos pro campo sentimental a destruição nunca será parcial. A gente sempre sai com mais feridas do que o corpo agüenta e sempre entramos em guerras que a margem de vitórias é baixa, quase nula. O ideal é que destruamos o que nos destrói, mas se for o amor, o tão subestimado e desgraçado amor, faça o seguinte caro leitor deste blog medianamente sentimental: - Sente-se, reflita e tenha a certeza que esta é outra batalha perdida e que independentemente da direção você sempre estará fodido se o sentimento não for recíproco.

Quanto tempo dessa vez ?



Cansei desse seu vai e volta.
Chega de entrar e sair de minha vida como se aqui fosse a tua casa, afinal não é mais. Uma vez que tu deixa a chave e dá as costas não se pode esperar boas vindas a cada retorno frustrado. Sinceramente tu me machuca, logo tu que é quem mais amo, e toda essa merda dói pra caralho. Não sei mais por quanto tempo vou conseguir te aceitar de volta, a chave não pode continuar ali escondida em baixo do tapete, onde tu sabe que vai encontrar. No entanto, seja bem vinda a minha vida, vai ficar quanto tempo dessa vez ?

Melhor se acostumar.


Com essa já são 32 ligações perdidas.
Vivemos algo só nosso, que tornou-se só seu por conta de todo o egocentrismo que demonstrava. Tivemos nossa oportunidade, mas cansei de insistir em ti, de insistir em nós. Hoje mesmo com outra pessoa, manda recados, faz ligações em horas inapropriadas e diz coisas que não fazem jus a realidade de ambos. Chega de pensar só na minha felicidade, afinal se abrir outra vez essa porta pra ti, serás tu que ferirás o coração de outro. Se me procura é porque foi bom, se foi bom é porque deixei saudade, e se sente saudade é melhor se acostumar com ela, sem mais.