domingo

Abstinência.


E não é que o tempo realmente passou sem que apaguasse de mim o que desejei nunca ter existido, se soubesse o mal que me faria talvez nunca tivesse reagido tão bem ao primeiro sorriso, primeiro abraço, beijo ou qualquer manifestação de carinho que fez-me cair em abstinência.
Neste dia 27 completará um ano que conheci a mulher que das formas mais estranhas conseguiu fazer com que suas manias me deixasse totalmente intrigado à ponto de querer fazer parte da normalidade que contempla em evitar ser politicamente correta.
Não sei se fui errado ou certo em querer fazer parte deste novo mundo que abrilhantava meus olhos e angustiava-me por dentro, fazendo com que um possível conflito entre a razão e desejo viesse à tona de forma explícita em que os apaixonados demonstram o que tanto querem: - um beijo.
Foi rápido, mal lembro-me do tocar de seus lábios, apenas um momento de impulso que fez-me relembrar o quão bom é estar apaixonado. O mesmo beijo que ontem fez-me viajar pelos desejos, tornou-se o pesadelo que tanto temi quando mostrou-me que o medo de estar mais uma vez de passagem pela vida de alguém que interessou-me pudesse concretizar-se.
A realidade mostrou-me que vivenciar os medos e mesmo assim acreditar em sonhos é o calvário de todo o ser humano que busca respostas para o que não se explica.
Não sou capaz de explicar o motivo de tanto de lhe amar.
Não sou capaz de olhar em seus olhos sem que um flash de tudo que passei venha a correr meus pensamentos.
Não tenho coragem de lhe dizer mais palavras repetidas que interpreta apenas como palavras e mais nada.
Não consigo entender meu próprio sofrimento. Imperfeições que me mostram que ferir-me não é o que me amedronta, mas sim, não compreender o que leva-me a acreditar neste sentimento quando dentro de ti nada existe.Vivo dias monocromáticos dentro do meu próprio vazio onde os outros são só os outros.

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