sexta-feira

Gritos.



Vivo desligado de um mundo que não pertenço, na verdade, que nunca pertenci. Não sabia que seria capaz de amar tanto uma pessoa, que um dia me veria perdido completamente dentro de uma vida que não fosse a minha.
Hoje paro e tento refletir se foi justo comigo mesmo toda luta que exerci buscando o melhor para alguém que me enxergava apenas nos momentos de carência e nada mais. Parti para uma guerra de peito aberto e disperso de qualquer arma que não fossem palavras e atitudes de mais um entre tantos caras apaixonados.
Humilhei-me, cheguei ao fundo do poço (todo desiludido diz isso), não consegui erguer-me por um bom tempo e vi meu mundinho pequeno e monocromático tornar-se insignificante aos olhos teus.
Nunca imaginei que a ferida demorasse tanto para cicatrizar-se. Hoje ao olhar para tal cicatriz(fictícia), penso no que não vivi, impulsionado pela melódica sonoridade doce sarcástica que me dispensava. Meses se passaram, o sentimento já não intenso aflora a pele, tentando renascer a cada sorriso ou o olhar não direcionado a mim. Parece um seriado onde contemplar o vazio é o que sobrou (existem muitos seriados assim), mas diferente da ficção isso está machucando, está doendo tanto que muitos escutam meus gritos de dor dentro do silêncio tardio que nos distancia.

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